mães santas

Mães santas que conciliavam trabalho e vida familiar

Ao longo da história, existiram muitas mães santas que tiveram de conciliar trabalho (externo) e vida familiar. É preciso reconhecer que todas as mães são trabalhadoras e que durante séculos aquelas que ficaram em casa com seus filhos quase sempre trabalhavam muitas e muitas horas por dia, mesmo que não tivessem um “empregador externo”.

As mães sempre foram agricultoras, costureiras, lavadeiras e diplomatas, mesmo que ninguém as pagasse – com dinheiro – por seu trabalho. Mas também há santas que tiveram empregos que as tiravam de casa todos os dias ou que as ocupavam no lar enquanto ganhavam dinheiro para sustentar suas famílias.

Em um mundo onde tantas mães têm empregos fora de casa (ou mesmo em casa), é profundamente encorajador ter como inspiração santas que também lutaram para equilibrar o trabalho e a vida familiar. Confira a história de algumas mães santas e trabalhadoras.

 

6 mães santas e trabalhadoras

Beata Anna Maria Taigi (1769-1837) 

mães santas

Criada em uma família da classe trabalhadora na Itália, era, no entanto, bastante vaidosa e materialista enquanto jovem noiva, apesar de seu marido ser mordomo e ela costureira, com pouco dinheiro para desperdiçar.

Mas um momento comum de oração mudou tudo, e essa mãe trabalhadora – que acabou tendo sete filhos – de repente se sentiu chamada a abandonar o pecado e correr atrás de Jesus. Ela tinha tão pouca compreensão do que isso poderia significar que ficou angustiada, levando o marido e a família a se perguntarem se ela estava sofrendo um colapso nervoso.

Finalmente, um santo sacerdote começou a oferecer sua orientação enquanto ela experimentava visões e êxtases. Começou, então, a servir os pobres e os doentes, enquanto trabalhava e criava seus filhos.

Ela se tornou famosa por sua santidade, levando papas e membros da realeza a procurarem-na em busca de conselhos. Embora pudesse ter aceitado a ajuda que seus amigos ricos lhe ofereciam, Maria preferiu continuar trabalhando, costurando para ganhar pão para si, para o marido e para os filhos.

 

Serva de Deus Daphrose Rugamba (1944-1994)

Daphrose Rugamba

Foi a esposa ruandesa de um ateu mulherengo (hoje servo de Deus Cyprien Rugamba). Uma conversão milagrosa curou não apenas a alma de Cyprien, mas também seu casamento.

Alguns anos depois de seu retorno à fé, Cyprien se aposentou para poder colocar suas energias no trabalho para a Igreja. A situação financeira da família tornou-se precária, sobretudo porque tinham 10 filhos para alimentar.

Para complementar a magra pensão de Cyprien, Daphrose começou a vender batatas em uma barraca de beira de estrada em Kigali. Lá ela pegou algumas crianças no ato de roubá-la.

Em vez de chamar a polícia, conversou com elas e soube de suas necessidades. Com Cyprien, ela começou um centro para ajudar crianças de rua, que eles administraram por vários anos antes de serem mortos no genocídio de Ruanda.

 

Santa Zélia Martin (1831-1877)

santa zélia

Mãe de Santa Teresa de Lisieux, foi casada com São Luís Martin. Santa Zélia era mãe de nove filhos e rendeira, com um negócio de sucesso na França. Seu negócio era tão bem sucedido, e tão populares eram os desenhos que ela criava, que seu marido largou seu trabalho como joalheiro e relojoeiro e se tornou sócio de sua esposa, que contratou ajuda externa para cuidar das crianças enquanto supervisionava muitos funcionários. Após sua morte por câncer de mama, São Luís vendeu o negócio e se mudou para Lisieux para ficar perto da família.

 

Beata Eurosia Fabris Barban (1866-1932)

Eurosia Fabris Barban

Criada em meio à pobreza na Itália, deixou a escola aos oito anos para poder trabalhar na fazenda e depois se dedicar à costura. Na casa dos seus 20 anos, ela ajudou a cuidar de duas meninas cuja mãe havia morrido.

Em pouco tempo, ela se casou com o jovem e pobre pai dessas meninas. Os dois tiveram mais nove filhos e adotaram outros três. Enquanto criava seus filhos (e servia como ama de leite para bebês cujas mães não podiam amamentar), Eurosia continuou a trabalhar como costureira.

Eventualmente, ela foi chefe de uma loja de costura com 10 a 15 aprendizes, a quem treinou em discipulado e costura. Embora ela trabalhasse duro, a família permaneceu pobre, pois Eurosia doava o máximo que podia para aqueles que tinham mais necessidades do que eles.

 

Beata Maria Corsini Beltrame Quattrocchi (1884-1965)

Maria Corsini Beltrame Quattrocchi

Foi casada com o beato Luigi Beltrame Quattrocchi. Enquanto criava seus quatro filhos, Maria serviu como enfermeira voluntária da Cruz Vermelha e trabalhou extensivamente com a Ação Católica.

Ela também escreveu pelo menos dois livros enquanto seus filhos ainda eram jovens (sobre maternidade e educação) e editou outros dois. Depois, ela escreveria mais 10. Por muitas medidas, esta família italiana seria considerada normal.

Mas eles se amavam muito e oravam muito, resultando na beatificação dos pais e quatro filhos que deram suas vidas à Igreja – incluindo sua filha, a Serva de Deus Enrichetta Beltrame Quattrocchi. Segundo o Papa João Paulo II, eles viviam “uma vida comum de uma maneira extraordinária”.

 

Essas mães santas são a prova de que, por amor ou necessidade, é possível, sim, conciliar trabalho e vida familiar. Apesar de a família ter sempre a primazia na educação dos filhos, é possível e válido obter ajuda, quando possível, de tutores (no caso de homeschooling) ou colégios verdadeiramente católicos.

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